Uma ou duas tranças
São 20hs de uma quarta-feira qualquer, ainda enrolada na toalha de banho, com o cabelo molhado, sentada diante do espelho, examino as marcas do tempo em volta de meus grandes olhos castanhos. Lembrando-me das propagandas que vi numa revista de beleza que diziam ter chegado a hora de começar a investir em cosméticos antiaging , percebo também algumas rugas na testa. "Será que esses cosméticos funcionam mesmo?", questiono. Num gesto um tanto automático, trago meu cabelo todo para a lateral do pescoço, reparto-o em três e começo a tentar trançá-lo. Começo e recomeço algumas vezes, sem muito sucesso. Termino um protótipo de trança, o qual finalizo com um pequeno prendedor, mas em poucos segundos o desfaço porque não gosto do resultado. "Por que nunca aprendi a fazer uma trança?!", questiono. Nesse momento, fitando meus olhos no espelho, sorrio e sou transportada para o passado. Apenas o meu corpo permanece ali na cadeira, enquanto minha alma viaja livremente, l